O Atlético tem recursos que só ele sabe usar. O presidente
chamou pro Horto, a MASSA se fez presente, jogador virou técnico, torcedor virou
jogador, mas estavam todos lá, confiantes no GALO. O Cruzeiro podia tentar
imitar as nossas músicas, parafrasear os temas, sim, fazer tanto quanto
possível, mas não podiam imitar o inimitável, ou seja, a nossa loucura.
No Independência, o alvinegro teve mais audácia, mais
sangue, foi mais além, entrou alucinado, jogou um futebol delirante - mesmo
tendo um time que taticamente, a imprensa considera inferior ao do rival -, o
Atlético foi Atlético.
Num simples latereio, cobrado por Marcos Rocha, nós
colocamos uma carga de vontade, de personalidade e de garra que o cruzeirense
desconhece. Eu diria ainda que nós vivemos as nossas jogadas. É como se cada
atleticano que vende suas roupas pra ver o GALO jogar, estivesse em campo e
assoprasse cada chute, cantasse cada lance.
O Cruzeiro não viu a cor da bola, o Atlético mastigou a bola.
O emocional superou o tático, o treino, os que diziam ser os melhores do
Brasil. Sobrou clima de Clássico e como a história era do soberano, o vencedor da
noite não poderia ser outro: o GALO!
Levamos pro Horto, fizemos dois gols. Podíamos ter feito
três, quatro, mas preferimos um placar menor. Esses dois nos perseguem, porém,
por uma razão simples: um placar pequeno quando o adversário o consegue fazer e
quando somos nós que fazemos. Miúdo pra gente virar e pra gente entrar com
sangue nos olhos para que ninguém vire em cima de nós.
Amigo, não é só a
Copa do Brasil que está em jogo, na parada em que o Atlético saiu na frente, o
que vale é toda a história dos times de Minas Gerais. Um, cheio de vaidade e
arrogância que se diz invencível. O outro, o milagreiro time do povo, da
ousadia e da fé. E se fosse pra apostar, meu caro, não sobraria sequer uma
ficha, todas elas seriam do Atlético, porque eu quero ver a qualidade humana, a
festa nas esquinas e a euforia dos apaixonados.
VAI QUE É SUA, GALO!

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