É com muita honra que a crônica de hoje vai falar sobre o
soberano de Minas Gerais, aquele que agitou o Mineirão - mesmo com o menor
número de ingressos disponibilizados -, falaremos do inesquecível GALO, que
atendendo ao pedido de Drummond, o Senhor não deixou capitular.
Amigos, a intuição do atleticano não falha. Ele acreditou,
buscou e venceu! Foi por aquele Brasileiro desprezível, foi por toda arrogância,
foi pela promessa que fiz ao meu bisavô.
Vocês devem estar se perguntando: " - Ora, e que diabos
temos com isso? Que promessa é essa?". Lembro-me como se fosse hoje, meu bom e velho Ângelo sentado em uma cadeira que
estava na varanda de sua casa, com os
olhos lacrimejados ao falar da goleada sufocante que havíamos sofrido e jurando
de pés juntos que nos vingaríamos!
- Deixa, bisa! Deixa eles falarem, eu prometo pra você que o
Brasileiro de 2012 é nosso.
Não cumpri. Decepcionei a mim e a pessoa que ensinou boa
parte da minha família a torcer pelo Atlético.
- Desculpe-me, eu não queria entristecer você. Mas o senhor
viu? Nós jogamos muito! Merecíamos!
Senti minha alma aliviada ao ver o sorriso daquele ser
frágil, ali na minha frente.
- Eu estou feliz. Tudo bem, minha filha. Você viu como o
Ronaldinho é espetacular? E o nosso toque de bola? Eles é que meteram a mão no
nosso GALO, senão a gente tava com esse título no bolso!
Mesmo depois disso, eu ainda estava o devendo algo, queria
dar um título ao meu bisavô, queria vê-lo comemorar.
Chega a Libertadores 2013, somos CAMpeões.
- Não te dei o Brasileiro, mas serve a Libertadores?
- Depois do que jogamos, eu não queria mais título, vi o
Atlético ser Atlético, a taça veio de brinde.
E me deu um abraço demorado, como se ele ainda ouvisse o
Pequetito narrando a defesa de São Victor naquele jogo contra o Tijuana. Os olhos
dele brilhavam, era a magia do GALO cobrindo seus lábios, seus gestos, e por
fim, tomando o restante de seu corpo. São nossas cores que o mantém vivo.
De lá pra cá, bastante coisa ocorreu, alguns nos deixaram,
outros foram submetidos a desafios, mas meu bisavô continua firme e forte,
ele merece mais festa. Pronto! Somos CAMpeões da Recopa e Copa do Brasil,
sendo que no segundo triunfo, derrotamos o nosso arquirrival.
Aos noventa e dois anos, essa vitória foi pra você,
atleticano. Obrigada por me ensinar que os títulos são apenas brindes e o que
vale mesmo, é essa nossa vontade de gritar toda vez que ouvimos falar do GALO.
Puxa a cadeira aí, bisa, chega mais, vamos falar do jogão.
Senta e fala com esse seu jeitinho o que aconteceu na quarta-feira!
- O que aconteceu direito, eu não sei. Só sei que eles vão
ter pesadelos com o Tardelli!

Foto: Gabriel Castro
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